A Itaipu Binacional anunciou sua participação no recém-lançado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo Governo Federal, durante um evento que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como parte do compromisso, a empresa irá contribuir para o aporte de investimentos no valor de R$ 104,2 bilhões destinados ao PAC no Estado do Paraná. A abrangência do programa se estende por todo o território nacional, com projeções de investimentos que totalizam aproximadamente R$ 1,7 trilhão nos próximos quatro anos.
A cerimônia de lançamento do PAC, realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, reuniu além do presidente Lula, destacadas personalidades como Enio Verri, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, e a ex-presidente Dilma Rousseff, conhecida quando ministra da Casa Civil como a “Mãe do PAC”. Dignitários como ministros, governadores, prefeitos, líderes de empresas estatais do Governo Federal e representantes da sociedade civil também marcaram presença.
A alocação total de recursos, estimada em R$ 1,7 trilhão, será proveniente do orçamento da União (R$ 371 bilhões), empresas estatais (R$ 343 bilhões), financiamentos (R$ 362 bilhões) e setor privado (R$ 612 bilhões). O presidente da República destacou a importância de credibilidade, estabilidade e previsibilidade para um país e enfatizou que o Novo PAC traz esses elementos cruciais, consolidando os esforços realizados desde o início de sua gestão.
No contexto específico da Itaipu Binacional, o investimento será realizado em conjunto com empresas governamentais. O diretor-geral brasileiro da Itaipu Enio Verri, explicou que com o término da dívida de construção da usina, a entidade agora vive uma nova realidade econômica, permitindo sua participação nos investimentos do PAC pela primeira vez.
A Itaipu concentrará seus recursos em diversas iniciativas do PAC na região, como a implementação do Contorno Leste de Guaíra – BR 163 e o prosseguimento das obras na BR 487, também conhecida como Estrada da Boiadeira. Além disso, haverá investimentos em habitação popular e projetos de saúde. Os detalhes completos desses investimentos, bem como as obras associadas, serão anunciados durante o evento de lançamento do PAC-Paraná.
Verri enfatizou o compromisso da usina com os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Em 18 de agosto, está previsto o lançamento do Programa Itaipu Mais Energia, expandindo a área de atuação da Binacional para 434 municípios, compreendendo 399 no Paraná e 54 no sul do Mato Grosso do Sul.
A apresentação do Novo PAC marcou o início do terceiro mandato do presidente Lula e foi resultado de uma colaboração abrangente entre todos os ministérios de sua administração. Com ênfase nas mais de 14 mil obras inacabadas pelo Brasil, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, enfatizou a priorização desses projetos no Programa. A expectativa é que o Novo PAC contribua para a geração de mais de quatro milhões de empregos, abrangendo posições diretas e indiretas.
A estrutura do Novo PAC é composta por Medidas Institucionais e nove eixos de investimento. As Medidas Institucionais consistem em um conjunto coordenado de atos normativos de planejamento e gestão que impulsionam o crescimento sustentável de investimentos no Brasil, tanto do setor público quanto privado.
A partir de setembro, como parte do Novo PAC, o Governo Federal lançará editais totalizando R$ 136 bilhões para a seleção de projetos prioritários em estados e municípios, complementando as iniciativas anunciadas no evento de lançamento. Esses projetos abrangerão áreas como cidades, saúde, educação, cultura e esportes.
Ramal da Ferroeste chegará em Foz
Em adição a esses avanços, destaca-se o projeto da Nova Ferroeste, um corredor ferroviário de exportação que conectará o Porto de Paranaguá à Maracaju, no Mato Grosso do Sul.
Com extensões até Chapecó, em Santa Catarina, e Foz do Iguaçu, na fronteira com Paraguai e Argentina, o sistema contemplará 1.567 quilômetros de trilhos em 66 municípios.
Atualmente, a Ferroeste opera no trecho Cascavel-Guarapuava, e a modernização prometida reduzirá substancialmente os tempos de viagem, trazendo vantagens logísticas significativas.
O processo de licenciamento ambiental está em curso pelo Ibama, e o vencedor do leilão se responsabilizará pelas obras e operação por um período de 99 anos.
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