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O general Joaquim Silva e Luna visitou a redação do Grupo 100fronteiras nesta semana. Ele foi recebido pelos diretores Carlos, Lilian e Denys Grellmann para um bate-papo sobre a sua volta a Foz do Iguaçu. Entre os assuntos abordados, o general comentou sobre melhorias para a cidade e também sua paixão por Foz do Iguaçu.
“Você pode esquecer o que viu, o que ouviu, mas não pode esquecer o que sentiu. Eu me senti abraçado aqui em Foz do Iguaçu”. Esse sentimento de pertencimento à cidade fez com que o general Joaquim Silva e Luna, que desembarcou em Foz do Iguaçu em 2019 para assumir a diretoria da Itaipu Binacional, voltasse a Foz do Iguaçu, desta vez para ficar de vez.
general joaquim silva e luna
O general destaca que ao longo da extensa carreira sua missão sempre foi servir e hoje, mesmo estando na reserva do Exército, ele sente que deve continuar contribuindo com a sociedade. Por isso, ele aceitou o convite de retornar a Foz do Iguaçu, onde possui uma residência fixa, para contribuir com o desenvolvimento da cidade.
general Joaquim Silva e Luna com um exemplar do livro Breve História da Tríplice Fronteira.
“Fui convidado por alguns partidos e na metade do ano me filiei ao Republicanos. Estou há alguns meses trabalhando em um plano de desenvolvimento para a cidade, pois como engenheiro e empresário no ramo da tecnologia, e por toda a minha experiência em gestão, acredito que é preciso pensar em uma cidade como se fosse uma empresa, onde tem o CEO, alguém que entenda de governança e de modo geral ter missão, visão, processos. Precisa ter o orçamento definido e o lucro de tudo isso é o que pode ser investido na cidade para melhorar. Estou montando um planejamento para a cidade neste sentido. Foz do Iguaçu tem muito potencial e tem muitos empresários com interesse em investir aqui. É preciso ter segurança jurídica, segurança física e oportunidade para investir”, destaca.
Futuro de Foz do Iguaçu
Para Silva e Luna, existem alguns pontos importantes a trabalhar na cidade. Um deles é a área da saúde, que segundo ele, é um grande problema. “Temos uma Fundação e uma Secretaria de Saúde. É igual cachorro com dois donos ou vai morrer de magro ou vai morrer de gordo. Um fica jogando para o outro.
É preciso fazer uma melhoria de gestão. Além disso, o hospital é municipal, mas atende a 9º Região, atende o Paraguai, Argentina, e tudo com orçamento municipal, aí é complicado. Talvez estadualizar seja a melhor opção, pois Cascavel faz isso, aí teremos condição de criar uma governança única”, reforça.
Ele também cita a importância de melhorar a estrutura do transporte público na cidade, além da segurança pública, tendo em vista que Foz do Iguaçu cresceu muito nos últimos anos e expandiu para regiões mais distantes do centro. Um dos principais pontos que ele ressaltou foi a questão dos voos em Foz do Iguaçu.
Silva e Luna reforça também que não é possível reconstruir o passado, é necessário pensar no futuro, planejar ele por meio de tecnologias. Ele ressalta que antigamente se trabalhava com pessoas e processos e hoje é preciso trabalhar com pessoas, processos e tecnologia, usando dela para melhorar a gestão do município.
E mesmo sendo natural de Pernambuco, hoje o General Silva e Luna se considera um iguaçuense. “No tempo que morei em Foz do Iguaçu quando estava no cargo da Itaipu, coincidiu de eu precisar renovar minha carteira de motorista, identidade e título de eleitor, então hoje todos esses documentos são Foz do Iguaçu, além disso tenho residência fixa aqui. Se perguntarem de onde eu sou, eu sou de Foz do Iguaçu. E entre os meus valores em primeiro lugar vem Deus, em segundo servir. E como a vida é finita, você tem um tempo para fazer as coisas e como eu tenho experiência da vida inteira de servir não vou deixar guardada, vou contribuir com Foz do Iguaçu. Como me senti abraçado e acolhido pela cidade, aceitei o convite de poder contribuir com minha experiência e conhecimento”, finaliza.
Quem é general Joaquim Silva e Luna?
O general Joaquim Silva e Luna, nasceu na cidade de Barreiros, Pernambuco, filho de Pedro Barbosa de Sá e Luna e de Irinéia Silva Barbosa, casado com a Senhora Nadejda Kasakevitch e Luna e tem três filhos: Thiago, Saulo e Nathália.
É general de Exército da reserva e serviu no Ministério da Defesa, inicialmente como Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto; depois, como Secretário-Geral do Ministério; e por último, como Ministro da Defesa. Também foi diretor-geral da Itaipu Binacional e presidente da Petrobras.
Nos seus 12 anos como Oficial General da ativa, foi: Comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé, Amazonas, de 2002 a 2004; Diretor de Patrimônio, de 2004 a 2006; Chefe do Gabinete do Comandante do Exército, de 2007 a 2011; e Chefe do Estado-Maior do Exército, de 2011 a 2014. Como Oficial Intermediário e Superior, comandou várias Companhias de Engenharia de Construção na Amazônia.
Além disso, foi instrutor nas Escolas de Aperfeiçoamento de Oficiais e na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Chefiou a Seção de Imprensa do Centro de Comunicação Social do Exército e comandou o 6º Batalhão de Engenharia de Construção, em Boa Vista, Roraima, de 1996 a 1998. Antes de incorporar-se às fileiras do Exército, cursou o ensino secundário, em regime de internato, na Escola Agro Técnica Federal de Barreiros, de Pernambuco, de 1962 a 1968. Ato contínuo, em 10 de fevereiro de 1969, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras, onde se graduou e foi declarado Aspirante-a-Oficial da Arma de Engenharia, em 16 de dezembro de 1972.
Diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna. (Foto: Rubens Fraulini)
A sua formação acadêmica inclui: Pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, em curso realizado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1998); Pós-graduação em Projetos e Análise de Sistemas, em curso da Universidade de Brasília (1995); Doutorado em Ciências Militares, realizado na Escola de Comando e Estado Maior do Exército (1987/88); Mestrado em Operações Militares, realizado na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1981); Cursos de especialização militares: Curso de Oficial de Comunicações, realizado na Escola de Comunicações (1976) e Curso de Guerra na Selva, realizado no Centro de Instrução de Guerra na Selva (1979); Curso de Combate Básico das Forças de Defesa de Israel, realizado no Instituto Wingate-Israel (2000).
No exterior, foi: Membro da Missão Militar Brasileira de Instrução e Assessor de Engenharia na República do Paraguai, de 1992 a 1994; e Adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico no Estado de Israel, de 1999 a 2001. Durante a sua vida militar, recebeu dezenas condecorações nacionais e estrangeiras, sendo quatro delas da República do Paraguai.