Os problemas do trânsito de Foz do Iguaçu são conhecidos por aqueles que diariamente se aventuram nas suas ruas e avenidas. Em vez de um fluxo livre e tranquilo, o que vemos são congestionamentos, atrasos e frustração. Um viaduto, fruto de um investimento público gigantesco (18 milhões), foi concebido para amenizar os problemas de tráfego.
O que deveria servir como solução ao caos do trânsito não apenas falhou em sua missão, mas também introduziu novos dilemas. O viaduto da BR-277, idealizado para ser uma resposta aos problemas, acabou por agravá-los, sobretudo nos horários de maior movimento. A longa fila de carros ocupa uma das faixas da BR, deixando somente uma disponível para quem necessita seguir para a parte superior do viaduto.
Desde sua inauguração, o viaduto da BR277 com a Av. Costa e Silva não apresentou qualquer melhoria significativa na mobilidade da região. Antes de sua construção, o trecho já era alvo de reclamações dos motoristas devido ao contorno perigoso e movimentado, que perpetuamente formava congestionamentos em decorrência da estrutura simplista da pista. A construção de um viaduto era o clamor da sociedade e parecia ser a solução mais acertada.
No entanto, em dezembro de 2019, após 18 meses de obras, a população de Foz do Iguaçu se deparou com a dura realidade de que a tão aguardada solução trouxe consigo um novo problema. As autoridades prometeram análises e melhorias potenciais, mas, passados mais de três anos, a situação mantém-se inalterada. O viaduto da BR-277 permanece em sua forma original desde a inauguração.
No viaduto, os veículos são obrigados a realizar uma manobra perigosa, formando um “x”. Quem vem da cidade e segue em direção ao Paraguai precisa cruzar na frente dos veículos que vem da BR para entrar na cidade.
O projeto do viaduto foi concebido pelo Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística de Foz do Iguaçu (FUNDO IGUAÇU) e posteriormente entregue ao Departamento de Estradas de Rodagem do Estado (DR).
Nota do DR afirma que “pequenas alterações foram feitas no projeto original, como a inclusão de um muro de contenção na alça de acesso ao lado do supermercado, uma escada ligando o supermercado à parte inferior da estrutura e um dispositivo de drenagem, os quais não estavam originalmente previstos”.
O trânsito mal planejado causa mais do que meros atrasos e frustrações aos motoristas. Ele resulta em acidentes e comportamentos perigosos, como aqueles observados próximos ao acesso da rodovia para quem vem de Santa Terezinha e deseja sair um pouco antes do viaduto da Costa e Silva, onde alguns motoristas imprudentes se arriscam a entrar na contramão para acessar a rodovia.
A discussão sobre o trânsito em Foz do Iguaçu não é apenas uma questão de inconveniência ou atrasos, mas um assunto sério que afeta a qualidade de vida de seus moradores e visitantes. É uma situação que clama por uma resposta séria, com planejamento eficaz e execução responsável, que possam realmente abordar e resolver os problemas de tráfego da cidade.
O atual estado do trânsito em Foz do Iguaçu é inaceitável. Os cidadãos merecem mais do que promessas vazias de melhorias futuras. Eles merecem um trânsito que funcione para eles, não contra eles. Afinal, uma cidade que não flui, literal e figurativamente, é uma cidade que não avança.
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