O mercado de vinhos está cada vez mais preocupado com falsificações. Muitos consumidores, atraídos pela marca e pelo status, não se preocupam com a autenticidade do conteúdo da garrafa. 

O fato é que produzir um vinho de qualidade envolve um extenso trabalho técnico e altos investimentos em tecnologia, justificando assim seus valores mais elevados. E a falsificação tem um impacto direto na economia da indústria vinícola, pois acaba por reduzir a venda de vinhos autênticos. 

Conversamos com a sommelière Janete Müller, que ofereceu dicas para evitar a compra de vinhos falsificados. 

Segundo ela, a aquisição em lojas credenciadas e que trabalham com importadoras oficiais é uma das principais formas de se garantir a autenticidade do produto.

Geralmente, vinhos falsificados ou adulterados podem ser identificados pelos rótulos.

Ela conta que pode ser um detalhe mais sutil, como uma falta de tradução, ou então algo muito visível, como má impressão, fonte ou imagem diferente. Erros de ortografia também são bem ruins em vinhos falsificados. A dica aqui é conferir se todos nomes e palavras estão escritas corretamente.

Analise se o rótulo parece condizer com sua idade. Rótulos de safras antigas dificilmente estarão limpos como novos. Se estiverem, desconfie. 

Para isso, existe uma exceção, que são vendas de lotes antigos arrolhados e, às vezes, rotulados novamente pelos produtores. Você também pode verificar se a safra está correta e se o vinho foi realmente produzido e vendido pelo produtor naquele ano.

Em relação à ideia de que vinhos falsificados causam ressacas, a explicação é que essas bebidas, em alguns casos, podem conter substâncias que provocam uma reação adversa no organismo, levando não apenas a ressacas, mas também a intoxicações.

Por fim, o principal conselho aos consumidores é observar o contra rótulo. Informações em português, como ingredientes, dados da importadora e o registro no MAPA, são essenciais. 

É importante distinguir, contudo, vinhos falsificados de vinhos contrabandeados. Enquanto os primeiros são adulterações do produto original, os segundos referem-se a produtos importados ilegalmente, tema que merece uma discussão separada.