O mundo não é mais o mesmo. De uma hora pra outra tudo mudou. A nossa rotina, nossos empregos, nossa relação com as pessoas que mais amamos… Tudo. Passamos a viver dia após dia, literalmente, sem saber como será o amanhã. No meio disso surgiram o medo, a incerteza e o caos. Mas surgiu também a transformação, a esperança e a fé. E o misto de tudo isso é o que faz os dias de hoje serem tão únicos. Unidade, essa é a palavra. Isso é o que nos tornamos. De repente somos um só e, mesmo distantes fisicamente, nos aproximamos de um jeito que jamais imaginaríamos fazer. Formamos uma única corrente e caminhamos todos juntos na mesma direção. O mundo não é mais o mesmo, e hoje a nossa principal luta é contra o invisível. E é no meio dessa luta que a fé e a esperança ressurgem com a força de que precisamos para passar por isso. Sendo assim, reunimos alguns depoimentos de empresários de diferentes segmentos da Tríplice Fronteira para mostrar que ainda há saída para tudo isso, e ela está justamente no invisível.
Foto da capa: LaVozDeCataratas
Dra. Adriana de Lacerda Rocha – Advogada pro bono e coordenadora voluntária de Educação e Pesquisa – COSMOETHOS
“A delicada contingência atual é momento para reflexão e ajuste de prumo da vida, para melhor. A imposição necessária do isolamento social nos ajuda a resolver pendências e a compreender as dificuldades, tanto dos familiares quanto do ser humano em geral: uma oportunidade de aprender a viver em paz consigo e com o outro, além de exercer mais a solidariedade. A presente circunstância de exceção faz aflorar a capacidade de inovação e adaptação de todos. Vale o pensamento nessa hora: calma! Isso também vai passar!

Bruna Wan – empresária do Shopping Lion
“No início a gente é um pouco egoísta em aceitar que isso está acontecendo. Mas o coronavírus não veio para brincadeira, ele parou o mundo. Foi quando a gente precisou se recolher e entender que realmente pras coisas funcionarem é cada um ficar no seu espaço e respeitar isso. Eu confesso que no início estava bem resistente, não acreditava muito. E quando eu decidi que não tinha o que fazer, passei a ver o lado bom, passei a cuidar de mim mesma e criar uma rotina. Porque a gente vive em rotina e ficar em casa sem isso era meio que dar um tiro no pé, porque uma hora a quarentena vai acabar. Com isso passei a fazer muita atividade física na quarentena, dieta detox, cozinhar, além de ajudar na limpeza da casa. Tenho ficado mais tempo com a minha família e com as pessoas ao meu redor. E com isso ficar menos no celular, porque a gente passa tanto tempo conectada e me desconectar um pouco desse mundo digital e me conectar com a minha família de forma humanizada, olho no olho, está sendo muito bom. O corona veio também para tirar a gente da zona de conforto, porque aconteceu de repente, e a gente teve que se adaptar. Não dá pra esperar pra ver o que acontece, tem que saber o que fazer. Então veio para dar um choque de realidade. E com isso passei a focar apenas nas coisas boas disso tudo. Só tenho a agradecer esse momento de me conectar comigo e com minha família. Eu descobri várias coisas em mim, vários desafios que propus a mim mesma, e eu acordo pensando que é mais um dia para fazer algo diferente, algo novo, e não que é mais um dia de quarentena. Até porque a mudança vem de dentro, não de fora. E espero que as pessoas estejam usando esse tempo de quarentena para se descobrirem e se conectarem com elas mesmas também.”

Douglas Rieg – diretor-executivo da Bel Art
“O covid-19 chegou para mudar a vida de todos. Além da alteração de rotina nesses dias de isolamento, nós como empreendedores fomos convidados a pensar nas mudanças mais profundas que estão por vir. A única certeza que temos no momento é que o mundo não será mais como antes. Somos forçados a confrontar nossas crenças e entendermos que a escassez gerada pelo consumo do atual modelo de negócio linear – praticado pela maioria das empresas e prestadores de serviço, onde se compra, usa e descarta – não mais se sustentará. Seremos obrigados a rever não apenas nossos hábitos de consumo, mas também a maneira como consumimos. Empresas terão de se adaptar e redefinir suas prioridades. Os resultados financeiros não poderão ser a única prioridade. Empresas deverão cada dia mais colaborar e agregar a comunidade, indo além de produtos e serviços.”

Elielton Fucks, Andriane Schmiedel Fucks, Andressa Schmiedel Santos e Thiago Maycon Sanches Santos – empresários da Clínica Somare
“Para pessoas com autismo, que fazem terapias multidisciplinares contínuas e regulares, utilizamos o atendimento on-line, reconhecido e autorizado pelos conselhos profissionais, que auxilia essas famílias a passarem por este momento tão delicado. Estamos voltando à rotina presencial com nossos pacientes, o que muito nos alegra, pois nosso compromisso está na esperança e num futuro para elas.”

Fadi El Khechen – CEO da MDL Corporation
“A minha quarentena começou dia 14 de março. Eu como todos os empresários de Ciudad del Este pensávamos que isso era uma questão de 14 dias e depois tudo voltaria ao normal. Mas infelizmente não foi assim este cenário! O comércio na fronteira não depende da autoridade de um país só. Empresas na fronteira sempre enfrentam grandes riscos, e hoje estamos enfrentando o pior. Risco de perder muitas vidas, de quebrar muitas empresas e de perder muitos empregos! Se todos os problemas sempre têm soluções, qual é a solução agora? É ter fé, fé em Deus, onde nasce a esperança. A nossa vida de repente mudou, tivemos que mudar nossos hábitos e olhar o outro lado da moeda. A gente não enxergava direito, parece que a nossa vida era como fake news! Passou um mês, voltamos a levantar cedo pra trabalhar em casa, fazer reuniões on-line via zoom app e esforçar-se muito para mover o nosso mundo que chegou a congelar. Empresários e empregados hoje estão sim no mesmo buraco, no mesmo patamar. Quem ficar parado será o próximo falido! Vamos cuidar de tudo ao mesmo tempo: nossa saúde, nossas famílias, nossos empregos e nossas empresas. Enquanto houver fé, haverá esperança para vencer.”

Dr. Farid Damen – dentista na FJ Odontologia
“Bom, o que mudou em minha vida com a chegada do coronavírus foi principalmente a necessidade de pensar no próximo, pois, apesar de ser muito difícil, precisamos nos afastar momentaneamente das pessoas que gostamos, pais, amigos, pois o vírus não escolhe vítima. Na minha área de atuação, como os cuidados com higiene e esterilização sempre tiveram que ser altos, não notei tanta diferença, a não ser uma maior utilização de equipamentos de EPI e cuidados com nossos pacientes, como espaçamento da agenda. Além disso, do ponto de vista pessoal, acabamos tendo mais tempo para conquistar novas habilidades, como, por exemplo, inventar novos pratos na cozinha, ler livros que sempre ficavam para mais tarde e também exercitar a nossa empatia, fazendo ao menos um pouco pelos que pouco têm. A lição que podemos tirar disso é a de que devemos ser felizes hoje, valorizar a vida e as pessoas que realmente importam, todo o resto é consequência do nosso bem-estar.”

Giseli Rufino – consultora de vendas e empresária da Trama Ateliê
“Evidentemente não seremos mais os mesmos depois dessa pandemia, vamos ter que sair mudados. Na primeira semana de confinamento em casa, devido à quarentena do coronavírus, chorei muito. Projetos adiados, outros cancelando contratos, inadimplência e, pra ajudar, somado à rotina de dona de casa, não segurei a onda e desmoronei. Me acalmei e me aprumei novamente depois de uma longa conversa com meu marido e sócio, e percebi que isso não estava acontecendo só comigo, mas com o mundo todo. Aprendi algumas coisas importantes no meio de todo esse caos. Sempre digo que me adapto fácil às mudanças, mas dessa vez não foi tão fácil assim, senti muita dificuldade em manter a rotina e seguir à risca a execução de tarefas planejadas no meu dia a dia. O lado bom são as novas experiências trabalhando home office, pois podemos ficar mais perto das pessoas que amamos. Podemos ler um livro sem pressa, estudar mais, aprender mais, assistir àquela série que sempre tentava e nunca conseguia terminar. A alma de cozinheira também desabrocha. Neste período, saem bolos quentinhos do forno e muitas outras receitinhas. As pessoas são fundamentais na nossa vida. Neste momento, é importante dividir as dores e angústias com amigos, colegas de trabalho e familiares. Todos estamos vivendo dramas muito parecidos, e esse vírus nos mostra que somos todos iguais: seres frágeis e que precisam apenas de saúde e amor para viver! Saber da realidade do próximo faz a gente se sentir grato por estar numa posição privilegiada e instiga nossos sentimentos de solidariedade. Com certeza, as crises nos desestabilizam, mas podem vir seguidas de notícias muito boas quando tudo passa. No meio desse caos, escolhi fazer só o que me faz bem, me conectei comigo mesma e com meu lar, aprendi que não preciso de tanto assim. Por isso, eliminei da minha frente conteúdos de redes sociais que me faziam mal e só ampliam minha ansiedade e medo. Percebi que era hora de escolher assuntos que me tranquilizam e que ajudam na minha criatividade. Ouço mais música, danço mais, respiro melhor e diminuí drasticamente a cafeína. Digo, se faltar dinheiro, trabalho, a gente corre atrás. Sem saúde, não temos opção.”

Hegrisson Carreira Alves – professor universitário aposentado
“Uma das grandes lições que certamente fica com esse momento que estamos vivendo é a capacidade que nós, seres humanos, temos de pensar. Isso mesmo: pensar. Pensar nas infinitas possibilidades que hoje desfrutamos para nos comunicar com o mundo; pensar na importância da família e dos amigos; pensar na aplicação prática dos valores e princípios que já reconhecemos para que essa situação não nos impeça de continuarmos sendo as pessoas maravilhosas que realmente somos; pensar em como podemos ajudar outras pessoas sem que para isso tenhamos que nos expor desnecessariamente; e por aí em diante. Pensar nos acalma, nos engrandece, nos mostra o que precisamos fazer para seguir em frente. Pensar nos mostra o quão solidários podemos ser em nossa sociedade, em nossa cidade.”

Dr. Humberto Ferreira – médico especialista em cirurgia estética e ortomolecular
“As lições que irão me marcar para o resto da minha vida estão vinculadas aos meus dois perfis: profissionalmente falando, o vírus, como o exemplo atual, é um organismo vivo que sofre mutações para se adaptar. Porém este vírus é algo completamente diferente do já visto; apesar da sua baixa letalidade, é extremamente agressivo, não sendo ele a causa das mortes, e sim as complicações referentes à sua presença, pois o nível de agressão inflamatória gerada por ele deixou toda a comunidade científica assustada e de mãos amarradas até uns dias atrás, quando se conseguiram mais informações sobre o mesmo, sobre sua fisiopatogenicidade, ajudando agora no manejo da principal complicação que é o processo inflamatório vascular pulmonar. Como médico aprendi e estou aprendendo muito com tudo isso, e sem dúvida servirá como uma grande lição de que, independentemente do quanto “achamos” que sabemos, acabamos por não saber nada. Já com relação a minha vida pessoal, sem dúvida a lição que tiro de tudo isso é o quanto o ser humano e sugestionável e o quanto ele pode ser manipulado em massa. Tudo poderia ter sido mais fácil e mais econômico se tivéssemos tido ‘informações’ corretas logo no início. Quando toda a população poderia ter sido esclarecida sobre os objetivos reais da quarentena. Que a mesma não era destinada a ‘acabar’ com o vírus, e sim dar tempo para preparar um sistema de saúde já abandonado há décadas. Que poderíamos ter sido submetidos a planos de ação baseados em ciência, e não em ‘achismos’. Que poderíamos seguir a quarentena como estratégia, com objetivos claros e com, o principal, esperança. Quando poderíamos ter dado mais valor às recomendações corretas na hora certa, evitando com isso mais mortes. Hoje já sabemos muito. Mas num futuro próximo é que teremos o real conhecimento de tudo isso e que marcará gerações de vidas em todo o mundo. Pois como sempre digo em minhas palestras: a maior causa de mortes no mundo é e sempre será a ignorância gerada pela má informação.”

Izabella Basso – empresária da Bella Prata
“Esse vírus chegou de repente e modificou nossas rotinas, nossos hábitos e nossas vidas. As pessoas com medo, mascaradas, literalmente, e aquela angústia com o que vai ser do futuro. Muita coisa para absorver, mas também muito aprendizado para levar. Como empresária, o trabalho não parou, mas os dias sem receita tiveram um forte impacto no emocional e no caixa. Percebemos que trabalhar com reserva para emergências fez, de fato, toda diferença, pois isso nos deixou mais tranquilas, até para segurar sem demissões. A grande mudança está sendo a necessidade de nos reinventarmos profissionalmente, e o aprendizado é que nossas emoções realmente podem nos travar num momento em que, mesmo com limitações, precisamos agir, então não importa o que de ruim bate à nossa porta, é preciso ter resiliência.”

Kenny Yuen – empresário da Casa Americana
“Estamos todos passando por um momento delicado, sem condições de sair de casa, de trabalhar, de visitar os nossos familiares e amigos, enfim, estamos impedidos de fazer todas as atividades de rotina que tanto gostamos para proteger a nossa saúde e a dos demais. Entretanto, esse período da quarentena me trouxe importantes reflexões, no sentido de que todos são iguais e precisam se ajudar, pois nesse momento não existe rico ou pobre, bonito ou feio, melhor ou pior em qualquer comparação que seja, pois somos todos frágeis e vulneráveis diante do caos social que se apresenta. Ayrton Senna já dizia: ‘Somos insignificantes. Por mais que você programe a sua vida, a qualquer momento tudo pode mudar’. Mas, por outro lado, também temos que ser otimistas, pois depois de todas as tempestades sempre vem a bonança, e tenho a certeza de que quando tudo isso passar estaremos ainda mais fortes e preparados para os desafios que a vida nos impuser, seja no âmbito social, econômico ou cultural. Paciência é a palavra-chave para a situação que estamos passando, por mais que seja difícil.”

Mynor Espinoza – gerente-geral do Gran Meliá Iguazú
“Essa contingência global nos dá uma visão de um antes e um depois. Nos obriga a viver um presente com responsabilidade, mas a pensar no futuro com sabedoria. É uma etapa de reflexão e avaliação do que fizemos e identificamos como temos sido assertivos em nossa vida pessoal e profissional. A humanidade deve ver essa nova etapa como uma grande oportunidade de valorizar ainda mais o que temos e pensar sobre o papel que cada um de nós desempenha. Profissionalmente, nos obriga a ser mais criativos, é um momento em que a inovação se torna uma vantagem competitiva. Há uma frase que diz: pense fora da caixa. Acho que devemos começar redesenhando essa caixa. O turismo tem sido uma das grandes indústrias mais afetadas, mas tenho certeza de que a recuperação será rápida porque as pessoas sentirão esse desejo de viajar e se sentirem livres. É hora de criar experiências memoráveis.”

Patricia Nogueira Marques – Publicitária do Mabu Hotéis e Resorts e Blue Park
“O começo da quarentena foi difícil, mas aos poucos foquei nas coisas boas como o tempo com a família, alimentação mais saudável e cuidar das minhas plantas. Ficar com as crianças é uma delícia, inventamos brincadeiras e contamos muitas histórias. E a comida está muito mais saudável do que antes. De quebra ainda deu pra tirar alguns projetos aqui de casa do papel e com muita criatividade estamos conseguindo executar. Esse tempo tem nos mostrado o quão forte somos, o exercício da gratidão tem sido diário, e nossas orações para que esse momento passe e que todos consigam levar no coração o que realmente importa para cada um.”

Dra. Priscilla da Luz – dentista
“A quarentena chegou junto com a chegada do meu novo filho. E estou morando aqui no Paraguai, onde está proibida a circulação de pessoas, o que fez meu marido fazer home office e minha filha ter as aulas on-line. Assim, tenho eles 24 horas por dia, e todos estão curtindo muito o Joaquim. Estamos unidos e em harmonia descobrindo o prazer de tomar café e almoçar juntos, jogar jogos de tabuleiro, ver filmes e séries, e desejando muito voltar ao normal, mas com certeza passando felizes esses dias. O maior aprendizado com a quarentena aqui em casa é um reforço do que já sentíamos: pessoas importam. Todos nós valemos muito pra alguém. Não estamos sozinhos.”

Renato Souto – empresário e diretor da Monital
“Aquele que tiver a real solução para esse problema que atire a primeira pedra. Atire no prefeito, que fechou a cidade e mandou todos pra casa. Atire no presidente, que pede pra abrir a cidade e a volta ao trabalho. Atire nos médicos, que pedem o isolamento social para evitar o colapso no sistema de saúde. Atire nos economistas, que pedem para voltar à rotina prevendo um colapso financeiro. O negócio é atirar pedras. Se voltar tudo a funcionar vão morrer quantas pessoas? Se ficar em isolamento social vão morrer quantas empresas? Vou responder: ninguém sabe! Quando um problema não tem solução, elegemos um culpado, um inimigo, um vilão. Não! A culpa não é do prefeito. Não! A culpa não é do governador. Não! A culpa não é do presidente! Nem dos médicos, nem dos economistas, nem do ministro da Saúde. Eles estão tão perdidos quanto todos nós. Tão perdidos quanto Donald Trump e todos os líderes mundiais. Fomos pegos de surpresa sem manual de procedimentos. Cada um acha uma coisa, mas ninguém tem certeza. Então quem sabe não é a hora de parar de perder tempo atirando pedras e dando palpites, e começar a orar mais, amar mais, chorar mais, valorizar mais os amigos e a família. Chega de ódio. Talvez seja essa a solução!”

Dr. Ronald Rolon – cirurgião plástico
“Catástrofes globais mudam o mundo, e esta pandemia é muito semelhante a uma grande guerra. Mesmo que a crise do coronavírus seja contida dentro de alguns meses, o legado dessa pandemia vai viver conosco por anos, talvez décadas. Isso vai mudar o modo como nos movemos, como construímos, como aprendemos e nos conectamos. É simplesmente impossível voltar à vida como se nada disso tivesse acontecido. Deixo aqui os seguintes pensamentos durante esse momento difícil: primeiro estágio: segurança – seus primeiros dias ou suas primeiras semanas numa crise são cruciais, e você deveria ter um amplo espaço para fazer um ajuste mental. É perfeitamente normal e aceitável sentir-se mal ou perdido durante essa transição inicial. Considere positivo que não esteja em negação e que está se permitindo trabalhar, apesar da ansiedade. Nenhuma pessoa sã sente-se bem durante um desastre global, então agradeça pelo desconforto que sente. Neste estágio, eu diria para focar em alimentação, família, amigos e talvez exercícios físicos. Segundo estágio: modificação mental – assim que estiver seguro junto com sua família, você vai começar a se sentir mais estável e seu corpo e sua mente vão se adaptar, fazendo-o buscar desafios mais exigentes. Depois de um tempo seu cérebro pode e vai reiniciar sob condições de crise, e você vai reaver sua capacidade de trabalhar em alto nível. Modificar nossas essências mentais exige humildade e paciência. Mantenha o foco nessa mudança interna. Essas transformações humanas vão ser sinceras, cruas, feias, esperançosas, frustrantes, lindas e divinas. Seja lento. Permita-se ficar distraído. Deixe que isso mude o modo como você pensa e como você vê o mundo. Porque o nosso trabalho é o mundo. Que essa tragédia, enfim, nos faça derrubar todas as nossas suposições falhas e nos dê coragem para ter novas ideias. Terceiro estágio: abrace o novo normal – quando suas fundações estiverem sólidas, faça uma agenda semanal priorizando a segurança do seu time doméstico e depois reserve blocos de tempo para as diferentes categorias do seu trabalho. A essa altura, as coisas começam a parecer mais naturais. O trabalho também vai fazer mais sentido, e você estará mais confortável para mudar ou desfazer o que estava fazendo. Vão surgir ideias novas, que nunca lhe passariam pela cabeça se você tivesse ficado em negação. Continue abraçando sua modificação mental, tenha fé no processo e dê apoio ao seu time. Esteja emocionalmente preparado para uma crise que vai durar 12 ou 18 meses, seguida de uma recuperação lenta. Se terminar antes, será uma surpresa agradável. Neste momento, trabalhe para estabelecer sua serenidade, sua produtividade e seu bem-estar sob condições prolongadas de desastre. Nenhum de nós sabe quanto tempo essa crise vai durar. Gostaríamos de receber nossas tropas de volta ao lar antes do Natal. Essa incerteza nos enlouquece. Porém virá o dia em que a pandemia estará acabada. Vamos abraçar nossos vizinhos e amigos. Vamos retornar às nossas salas de aula e cantinhos do café. Nossas fronteiras voltarão a se abrir para o livre movimento, e nossas economias, um dia, estarão recuperadas das recessões por vir.”

Dra. Tassiane Ortega- Biomédica Esteta
“Voltar ao normal não é normal, não devemos desejar que seja simplesmente isso. que tudo que o mundo passou, está vivendo e ainda viverá, resulte apenas em voltar ao normal. Sempre pensei no lado positivo de tudo e esse momento não poderia ser diferente. É uma oportunidade de diminuirmos o ritmo e nos voltarmos para si, para o próximo. De termos “tempo” de discernir que algo esta errado e fora de controle. Que a lição seja clara para todos, de que o bem mais precioso que podemos perder não são coisas, mas sim pessoas!”
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