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A Capitania Fluvial do Rio Paraná (CFRP), uma instituição fundamental na segurança e controle das águas fluviais da região, está comemorando 83 anos de compromisso com a Marinha do Brasil e com os brasileiros. Fundada em 20 de novembro de 1940, a CFRP desempenha um papel vital na fronteira, garantindo a tranquilidade da navegação nos rios Paraná e Iguaçu, bem como no Lago de Itaipu. Além disso, a capitania é responsável por fiscalizar o cumprimento das normas necessárias para prevenir acidentes, tanto em pequenas embarcações de pesca como em navios de turismo e balsas.
A CFRP opera em uma vasta área, com jurisdição sobre 144 municípios, onde atua na fiscalização de mais de 54 mil embarcações. Além de sua missão principal de segurança da navegação, os militares da capitania frequentemente colaboram em ações de segurança na fronteira, trabalhando em conjunto com outras forças de segurança e prestando serviços à comunidade. Ao todo, são cerca de cem militares atuando diariamente no cumprimento das normas de navegação.
Foto: Abel Andreguetti
História
A presença da Marinha do Brasil na região oeste do Paraná começou em 1930, quando foi instalada uma agência em Guaíra, ponto de intenso tráfego fluvial no rio Paraná, acima dos saltos de Sete Quedas. Três anos depois, em 1933, a Delegacia da Capitania dos Portos do Estado do Paraná foi estabelecida em Foz do Iguaçu, uma cidade que já era estratégica naquela época.
Em 1940, a unidade passou a se chamar Capitania Fluvial dos Portos do Rio Paraná. Sua sede ocupa uma área de 4.237,89m2, localizada entre a rua Rio Branco, praça Almirante Tamandaré, e as ruas José Bonifácio e 14 de Março, perto das margens do rio Paraná.
A CFRP sempre desempenhou um importante papel na afirmação da soberania nacional na região, estabelecendo que “esta água também tem dono”. Mesmo em momentos de desafios fronteiriços, a Capitania dos Portos foi um fator de harmonia e cooperação entre brasileiros, paraguaios e argentinos.
Em 1951, a Capitania celebrou um marco importante ao receber a lancha-patrulha “Iguaçu”. Em 1952, as lanchas-patrulha “Paraguai” e “Argentina” também se juntaram à frota, viajando por água até Porto Alegre e depois seguindo para Foz do Iguaçu, após uma jornada que envolveu navegação pelo rio da Prata e o rio Paraná.
Em 1960, um forte temporal causou o naufrágio da lancha-patrulha “Iguaçu”, cuja estrutura de madeira já estava em péssimas condições. No entanto, os motores da embarcação puderam ser recuperados.
Todos os anos, a CFRP realiza a Operação Verão, onde o efetivo de militares realizam fiscalização de embarcações, em todos os rios e lagos na jurisdição da capitania.
Foto: Abel Andreguetti
Dias atuais
A Capitania Fluvial do Rio Paraná recebeu um reforço significativo em 2018. Os militares foram contemplados com a embarcação 888 raptor Poraquê, projetada para enfrentar o crime organizado nas regiões de fronteira suporta até mesmo tiros de fuzil.
Com radar, câmera termal, a Poraquê mesmo blindada, pode alcançar a velocidade de 70 quilômetros por hora. Esta embarcação foi feita para operar em áreas com pedras, abarrancar em margens com terra, e porta um fuzil 762. Além disso, o material usado suporta tiros de armas com grosso calibre, como o próprio fuzil. Sem correr risco de afundar. Tem a capacidade para quatro militares.
Em agosto de 2022 a CFRP recebeu mais uma lancha de operação fluvial (LOF) moderna e personalizada, batizada de “São Félix do Araguaia”. Esta lancha foi projetada para realizar patrulhamentos fluviais em Foz do Iguaçu e região, apoiando outras forças de segurança da fronteira durante operações especiais. A embarcação tem capacidade para transportar até 20 pessoas, possui proteção balística e é altamente resistente e estável em águas interiores, como rios e lagos.
Operação
A presença da Marinha na região, com equipamentos modernos, desempenha um papel fundamental em ações de segurança e controle, como a Operação Ágata, que é realizada anualmente em Foz e região. Esta operação visa apreender embarcações clandestinas, combater o contrabando, o descaminho, o tráfico de drogas, armas, munições e outros crimes de fronteira. O investimento em tecnologia reforça a segurança dos militares e aumenta a eficiência na luta contra a criminalidade na fronteira.