As empresas na disputa pela concessão do novo Porto Seco de Foz do Iguaçu, a Multilog S.A e a Aurora Terminais e Serviços LTDA, finalmente apresentaram as áreas de interesse para a instalação do empreendimento. Durante uma sessão pública organizada pela Receita Federal em Curitiba, as propostas foram colocadas na mesa e agora aguardam análise.

A jornada para a implantação do novo Porto Seco de Foz do Iguaçu tem sido longa e repleta de discussões. O projeto de construção do novo porto é visto como um marco para o setor de comércio exterior brasileiro, além de crucial para a região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

O investimento inicial previsto para este empreendimento é de R$ 241,5 milhões, que devem ser aplicados nos primeiros 15 anos de concessão. Nos dez anos seguintes, são esperados mais R$ 61,6 milhões de investimento. O espaço proposto para a nova estrutura representa um aumento de 60% em relação à atual, possuindo um armazém de 3,5 mil m² e um pátio de pré-embarque com mais de 19 mil m².

A Multilog S.A sugere a instalação do novo porto perto da região conhecida como Baixada do Leão, na BR-277. A área inclui um espaço com obra inacabada que pertence à prefeitura municipal, mas a empresa garantiu outras propriedades ao redor, tornando a localização viável.

Por outro lado, a Aurora Terminais e Serviços LTDA propõe uma área próxima ao Alto da Boa Vista, à direita da Baixada do Leão, cerca de 3,5 quilômetros da BR-277, logo após o Jardim das Oliveiras.

Todavia, nem todos os passos dessa trajetória foram suaves. A decisão de não utilizar um imóvel do Governo Federal para a instalação do novo porto seco foi alvo de debates e polêmicas. A nova estrutura deverá ser erguida em uma área sob responsabilidade da empresa vencedora, uma mudança significativa em relação ao atual porto.

Ambas as localizações apresentam desafios potenciais, como impactos ambientais, efeitos sobre o tráfego local e potencial necessidade de realocação de comunidades ou reestruturação de propriedades. Além disso, pode haver preocupações sobre a adequação dessas áreas para uma infraestrutura tão grande e ocupada quanto um porto seco.

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A licitação também passou por questionamentos, principalmente em relação aos critérios estabelecidos no edital. A empresa vencedora será aquela que atender a todos os requisitos, além de oferecer as menores tarifas para os serviços de armazenagem e movimentação.

Neste cenário, o delegado adjunto da Receita Federal em Foz, Hipólito Caplan, ressaltou que foi feito um estudo de viabilidade técnica, com base no qual foi elaborada a licitação. “A Receita não vai julgar as áreas em si. Os critérios foram estabelecidos no edital”, afirmou Caplan.

A nova estrutura deve ser significativamente maior que a atual, com um aumento de 60% na área total, além de ter um pátio de movimentação e estacionamento de veículos, um armazém de 3,5 mil m² e um pátio de pré-embarque de mais de 19 mil m². O objetivo é melhorar a logística interna e beneficiar os usuários, incluindo motoristas.

Essa licitação é um passo importante para o desenvolvimento do comércio exterior brasileiro, considerando o movimento histórico e a projeção de crescimento para os próximos 25 anos. Em 2022, o porto seco de Foz do Iguaçu – o maior da América Latina – movimentou o segundo maior volume de sua história, com crescimento de 12,90% no valor em dólar do fluxo de comércio exterior.

Resta aguardar os próximos capítulos dessa história e como a decisão final impactará a dinâmica comercial da região da Tríplice Fronteira.