A partir desta segunda-feira, cinco faculdades estaduais, incluindo a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), aderiram a uma paralisação em protesto contra o reajuste salarial proposto pelo governo estadual. O sindicato dos docentes argumenta que o aumento de 5,79% está muito abaixo do necessário para compensar as perdas salariais acumuladas, que segundo eles, ultrapassam 42%.
Os professores e os sindicatos afirmam que o diálogo com o governo para estabelecer os novos valores salariais e uma data para a implementação tem sido ineficaz. A frustração com a falta de progresso nas negociações levou a esta paralisação, que já conta com ampla adesão nas instituições afetadas.
“Enfatizamos que todas as análises econômicas mostram claramente que não há impedimento fiscal ou financeiro para que o Estado do Paraná cumpra a Lei e pague a integralidade da Data-Base a todos os servidores públicos. Em maio de 2023 a defasagem salarial chegará a 42%, como resultado de sete anos sem reposição salarial”, destaca a presidente da Adunioeste, Sabrina Grassiolli.
A mobilização tem como objetivo reivindicar o pagamento da Data-Base da categoria que, há sete anos, sofre com a não reposição da inflação sobre seus salários. Além dos docentes, os servidores técnicos também irão aderir à paralisação.
“O objetivo é pressionar o governo e mostrar à população que a defasagem salarial dos trabalhadores da universidade traz prejuízos diretos à sociedade. Mais do que afetar a economia local, esta perda compromete a qualidade do serviço ofertado, diante de profissionais desmotivados e, em alguns casos, acometidos pelo adoecimento mental. Não existe valorização da ciência, pesquisa e Ensino Superior sem a valorização do trabalhador da universidade”, ressaltou Sabrina.
Em contrapartida, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI-PR) emitiu uma nota afirmando que tem mantido o diálogo com as instituições. Segundo a secretaria, ainda aguarda-se uma avaliação de todas as áreas do estado para a definição final, levando em conta as questões orçamentárias. A SETI-PR classificou a paralisação como precipitada, alertando que essa ação pode prejudicar as negociações em andamento.
Na Unioeste, o sindicato local relata que a adesão à paralisação tem sido forte. No campus de Foz do Iguaçu, cerca de 80% dos professores aderiram ao movimento. Em Francisco Beltrão, outro campus da Unioeste, a adesão foi de aproximadamente 50%.
A paralisação enfatiza a tensão contínua entre os docentes e o governo estadual em relação às questões salariais. Enquanto isso, os alunos dessas instituições aguardam ansiosamente por uma resolução que permita o retorno às aulas.
Quais faculdades estaduais estão paralisadas?
Seis universidades das Estaduais do Paraná (Unespar), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Norte do Paraná (Uenp), de Ponta Grossa (UEPG) e de Maringá (UEM).
Veja também: conheça a história da Independência do Paraguai