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Há 40 anos, desde o início da formação do reservatório, a Itaipu Binacional embarcou em uma jornada de cuidados ambientais que ganhou cada vez mais força nas duas últimas décadas. O que começou como um compromisso com os rios e matas evoluiu para abraçar as comunidades que habitam essa região. Esse notável percurso é agora narrado nas páginas do livro “Os Caminhos da Educação Ambiental na Itaipu Binacional”, lançado em Foz do Iguaçu (PR) em uma quarta-feira, dia 16.
Por meio de 121 páginas ricamente ilustradas, a obra apresenta a evolução dos programas de educação ambiental promovidos pela empresa. A narrativa abrange desde a concepção inicial e a adoção do modelo de gestão baseado em bacias hidrográficas, implementado em 2003, até a expansão das ações da Binacional para abranger todo o Estado do Paraná e uma parte do Mato Grosso do Sul, em 2023.
O diferencial notável do trabalho de educação ambiental nesse território reside na sua habilidade de fomentar o senso de pertencimento e empoderar as pessoas, promovendo a participação ativa e engajamento de uma ampla gama de atores sociais. As organizadoras da obra, as pedagogas Silvana Vitorassi, assistente do diretor-geral brasileiro da Itaipu, e Leila de Fátima Alberton, assistente do diretor de Coordenação, explicam essa abordagem que valoriza o protagonismo de todos os envolvidos.
O livro também conta com a colaboração de oito autores e autoras convidados, incluindo atuais e ex-colaboradores da Binacional.
O lançamento teve lugar no auditório do Centro de Recepção de Visitantes (CRV) da Itaipu, com destaque para a palestra proferida por Marcos Sorrentino, diretor do Departamento de Educação e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. Sua apresentação abordou o tema “Educação Ambiental – 20 anos: Mudanças no clima e ação territorial”.
Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu, enfatizou a importância de resgatar as ações ambientais não apenas como um registro histórico, mas principalmente como uma ferramenta para conscientizar as gerações futuras. Ele levantou uma indagação: “O que podemos moldar na mentalidade das crianças e dos jovens?” E complementou sua reflexão afirmando que a Educação Ambiental desempenha um papel crucial ao conscientizar as pessoas e estabelecer não apenas mobilização, que é extraordinária, mas também o compromisso com a transformação. Carboni representou no evento o diretor-geral brasileiro da Binacional, Enio Verri.
Silvana Vitorassi ressaltou que o Programa de Educação Ambiental da Itaipu nasceu como uma estratégia para impulsionar a sustentabilidade na região. Ele despertou a consciência, promoveu o diálogo, incentivou a participação e, acima de tudo, estimulou o comprometimento e protagonismo das pessoas. Ela explicou que a intenção por trás desta publicação é oferecer aos educadores ambientais e a todos envolvidos nesse campo uma fonte de reflexões, aprendizados e evidências que possam gerar novas práticas contributivas para a sustentabilidade em todos os tipos de territórios.
Marcos Sorrentino elogiou a Itaipu como “um dos exemplos mais notáveis não apenas no Brasil, mas em todo o nosso planeta Terra”. Ele enfatizou que a experiência da Itaipu é reconhecida internacionalmente e instou a que ela se torne uma força motivadora para novas iniciativas em todo o país.
A mesa de autoridades também incluiu Evandro Grade, presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e prefeito de Santa Helena, bem como Renata Maranhão, representante da Agência Nacional das Águas (ANA). Valéria Casale, educadora ambiental e escritora, falou em nome dos autores. Moema Viezzer, uma das autoras convidadas do livro e uma figura proeminente como escritora, socióloga, militante feminista e educadora popular, enviou uma mensagem para o evento, que foi lida durante a cerimônia.
Ela expressou que a educação socioambiental para a sustentabilidade, registrada de forma tão bela neste livro, deve continuar a avançar em três direções escolhidas: nos territórios onde seres vivos, sejam humanos ou não-humanos, coexistem e se desenvolvem; nas instituições, em todos os seus níveis de organização e atuação; e nas estruturas, enquanto locais permanentes de educação ambiental.
A primeira edição de “Os Caminhos da Educação Ambiental na Itaipu Binacional” conta com uma tiragem de 5 mil exemplares e será distribuída para instituições parceiras da Itaipu na região, além de instituições de ensino. A obra também estará disponível em formato digital para o público em geral.
Autoridades presentes
Também participaram da cerimônia de lançamento do livro o vice-presidente do Conselho dos Municípios Lindeiros e prefeito de Medianeira, Antonio França Benjamin; o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, José Ulisses dos Santos; e o ex-diretor de Coordenação da Itaipu (2003-2017) e idealizador do programa Cultivando Água Boa, Nelton Friedrich. Estavam presentes ainda o diretor técnico executivo da Itaipu, Renato Sacramento; o diretor financeiro executivo, André Pepitone; o diretor administrativo, Iggor Gomes Rocha; e diretores do Parque Tecnológico Itaipu (PTI).