Por: Adriane Tannouri – jornalista e mãe do Cael

Trinta e um anos. Jovem, casada, muito amada, empregada e dona do meu nariz. Momento excelente para ter um filho(a). Engravidei e, junto com os enjoos, peguei nojo até do meu emprego. Então eu era uma gestante casada, amada e desempregada.

O Cael nasceu e nada foi igual. Medos me rondavam. “Ontem” eu estava aproveitando em Nova York, hoje completo nove meses doando tudo de mim o tempo todo. Tenho queda de cabelo e minhas olheiras estão absurdas. Mesmo assim sou a pessoa mais feliz do mundo, pois se imagino minha vida sem o Cael meu peito arde e lágrimas involuntárias chegam a escorrer.

Quando a insegurança começou a chegar, uma amiga me colocou num grupo de mães no WhatsApp. Todas grávidas; algumas do segundo filho. No começo deixei no mudo, confesso. Mas depois já me via contando segredos como amigas íntimas, e cada bebê que nascia era como um sobrinho pra mim. Turbulências no puerpério, cólicas, dificuldades para fazer o bebê dormir, introdução alimentar, dentes… Ficamos craques sobre o universo infantil!

Ficou mais leve ser mãe depois que as encontrei. Lembro com graça as vezes que acordei desanimada e meu marido dizia: “Amor, vai encontrar suas amigas mães”. Já sugeri a ele fazer um grupo de pais, mas os assuntos iriam parar em filmes ou futebol em vez de descobrirem a melhor marca de pomada de assadura. Se homens tivessem todos os hormônios para o vínculo instantâneo com o bebê, eles seriam mães, né?

Porém eu não conseguiria passar por tudo isso sem o pai do meu filho ao meu lado. Cada um com sua função, cada um sendo um pilar para sustentar o lar. Aqui em casa são quatro: Deus, marido, eu e as amigas mães! Tudo encaixando-se, moldando-se, e seguimos dia após dia nos embalos da maternidade.

Formada em Jornalismo na UDC e pós-graduada em Relações Internacionais Contemporâneas na Unila, atualmente é jornalista da 100fronteiras e recentemente conquistou pela 100fronteiras o primeiro lugar no 1º Prêmio Faciap de Jornalismo.

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