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O Brasil deixou de ser um país jovem e agora caminha rapidamente para se consolidar com uma população envelhecida. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2050 o número de idosos deve chegar a 63 milhões de pessoas. Enquanto em 1980 eram dez idosos para cada cem jovens, a previsão é que em 2050 sejam 172 idosos para cada cem jovens.
Essa mudança se deve porque a expectativa de vida ao nascer passou de 43,3 anos, na década de 1950, para 72,5 anos em 2007 e hoje, no ano de 2019, segundo o IBGE, é de 80 anos para as mulheres e 73 anos para os homens. Para atender às necessidades dessa população idosa, profissionais de diversas áreas estão especializando-se em gerontologia, como é o caso dos fisioterapeutas.
A gerontologia é a ciência que estuda o envelhecimento humano como um todo, considerando os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Já a geriatria é uma área da medicina que cuida das doenças dos idosos, pessoas acima de 60 anos, sendo mais conhecida pela população. Ela é uma das áreas da gerontologia.
A fisioterapia em gerontologia tem sua atenção focada na funcionalidade, ou seja, no objetivo de manter, adaptar ou restabelecer a mobilidade e as atividades do dia a dia, incentivando ao máximo a independência e a autonomia do idoso.
A fisioterapia inicia por uma avaliação global, seguida por condutas para melhorar a força muscular, flexibilidade e postura, e trata problemas do equilíbrio para evitar que o idoso sofra quedas. Além disso, orienta adaptações no mobiliário e nos ambientes da casa e prescreve bengalas ou andadores para prevenir tombos dentro e fora do domicílio.
Para tanto, é necessário que o fisioterapeuta tenha uma visão global do idoso, conhecimentos e habilidades específicas, pois lida com uma complexidade de doenças e condições que interferem na mobilidade do idoso e na sua capacidade de realizar atividades do dia a dia.
O fisioterapeuta especialista em gerontologia trabalha junto a uma equipe formada por vários profissionais e considera o contexto familiar no qual o idoso está inserido, permitindo um atendimento mais completo não só ao paciente, mas também aos seus cuidadores e familiares.
Vale a pena ressaltar que o envelhecimento não deve ser visto como um problema e que velhice não é sinônimo de doença. Idoso não é igual criança; é um erro tratá-lo assim. A abordagem da fisioterapia em gerontologia considera o contexto no qual o idoso vive e pensa as melhores práticas como um todo. Respeita a individualidade, as necessidades de cada um, sempre tendo em mente o incentivo à independência e autonomia, visando à saúde de maneira integral.
Então se você tem um idoso na família, procure um fisioterapeuta especialista em gerontologia para fazer uma avaliação e prevenir complicações futuras, como as quedas. E vale a pena refletirmos se estamos cuidando do nosso familiar idoso como um dia gostaríamos de ser cuidados!
Autora: Cristina Cristovão Ribeiro
Fisioterapeuta e Professora universitária Doutora em Gerontologia pela Unicamp Mestre em Gerontologia pela PUC-São Paulo Especialista em Gerontologia pela Unifesp Especialista em Gerontologia pela SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) Membro da Diretoria da ABRAFIGE (Associação Brasileira de Fisioterapia em Gerontologia)