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Pelo terceiro ano seguido a cidade de Foz do Iguaçu vive uma epidemia de dengue. Segundo dados da Divisão de Vigilância Epidemiológica de ontem (16) há 7.426 casos notificados e 245 confirmados. Desses, 215 pessoas tem dengue, 17 tem dengue com sinais de alarme e 13 tem dengue grave. O município já registrou neste ano duas mortes por dengue.

Bolteim da dengue em março Foz

E nunca é demais lembrar que com a predominância de chuva nos próximos dias a situação da dengue começa a preocupar a comunidade iguaçuense. Mesmo com a pandemia da Covid-19 ainda sobre nós, é de extrema importância não esquecer e falar a respeito da doença do mosquito listrado que apavora a cidade há anos, o Aedes aegypti.

Conversamos com os profissionais que atuam no CCZ, (Centro de Controle de Zoonoses) Jean Rios e Igor Batista, que tiraram as principais dúvidas sobre essa doença e os cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Confira:

Dengue

100f: Como acontece a transmissão?

CCZ: A transmissão ocorre pela picada da fêmea do Aedes aegypti já infectada pelos vírus da dengue, zika e chikungunya.

100f: Como prevenir?

CCZ: A melhor prevenção é combater o seu transmissor, por isso as ações devem impedir a reprodução do mosquito com a realização de vistorias periódicas em seu quintal evitando sempre o acúmulo da água.

Além disso, incentive seus vizinhos a fazerem o mesmo e denunciem aos agentes de endemias locais em que o mosquito possa estar se proliferando. O combate à dengue é uma ação diária que precisa do envolvimento de toda a população.

100f: Quais os sintomas mais comuns e o que fazer quando se perceber eles?

CCZ: Os sintomas mais comuns são febre, dores de cabeça, dor atrás dos olhos e nas articulações e manchas vermelhas pelo corpo. Os sintomas mais graves são fortes dores abdominais, sangramento no nariz e gengiva, suor excessivo, boca seca, dentre outros.

Para não se confundir com uma gripe comum, a pessoa precisa ficar atenta, caso esteja simultaneamente com dois ou mais sintomas descritos acima, procurar imediatamente a Unidade Básica de Saúde mais próxima, em feriados e finais de semana dirigir-se para as UPA’s.

100f: Tem alguma possível consequência de ter pego a doença?

CCZ: A dengue é uma doença viral aguda causada por quatro sorotipos virais, quando a pessoa é infectada por um desses vírus, a grande maioria desenvolve a forma clássica da doença criando imunidade permanente para aquele sorotipo e imunidade temporária média de seis meses aos outros três sorotipos, porém após esse período a pessoa está apta a contrair novamente podendo evoluir para formas mais graves quando infectado por outro sorotipo. A orientação dos agentes é procurar imediatamente a UBS mais próxima ao apresentar os sintomas, porque em casos mais graves pode levar a óbito.

100f: Onde ficam os principais focos de dengue em Foz?

CCZ: A maioria dos focos do mosquito está nos quintais das casas e pátios de empresas, são pequenos objetos (plásticos, vidros, metais) de fácil remoção, como pratinhos de planta, vasilhas, garrafas, pneus e lixos que podem ser facilmente cuidados e destinados para a coleta de recicláveis ou de lixo comum da cidade.

100f: Tem a possibilidade de Foz ter uma epidemia de dengue novamente, como aconteceu em 2019?

CCZ: Se os indicadores epidemiológicos e entomológicos continuarem nesta crescente e acima da média histórica apresentada no período, infelizmente sim. O ano epidemiológico 2020/2021 foi a maior epidemia já registrada pelo município.

100f: Qual a situação atual da dengue na cidade?

CCZ: Segundo o LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti) de janeiro, o município está classificado em alto risco para epidemia de dengue tanto no indicador larvário quanto no de adultos. O Índice de Infestação Predial – IIP de 6,73% indica que a cada 100 imóveis vistoriados em quase sete foram encontrados focos de mosquitos, e no Índice Predial de Armadilhas – IPA de 16,5%, indica que a cada 100 armadilhas vistoriadas, em quase 17 tinham o mosquito Aedes aegypti, colocando a cidade em alto risco de epidemia.

100f: Como está sendo o combate contra a dengue por parte do CCZ?

CCZ: Diariamente as equipes do CCZ realizam a chamada vistoria ambiental nos imóveis, orientando os moradores e apontando os locais que possam servir de criadouro para o mosquito e que precisam ser corrigidos. Fazem a busca ativa de pacientes com sintomas e encaminham a UBS de referência. A vistoria ambiental também visa a orientação/prevenção dos animais sinantrópicos e/ou peçonhentos (aranhas, escorpiões, roedores, morcegos e serpentes) e também as zoonoses (raiva e as leishmanioses visceral e tegumentar).

CCZ Dengue em Foz
(Foto: Rubens Fraulini)

O município possui o Comitê Municipal de Controle e Prevenção da dengue, onde através dos esforços conjuntos das secretarias municipais e demais órgãos externos realizam diversas ações/atividades para combater a dengue. As atividades consistem em limpezas de terrenos baldios com mato alto ou acúmulo de lixo e outros inertes, limpeza de galerias e bocas de lobo, notificação e recolhimento de veículos abandonados em via pública, também conta com uma equipe multi-setorial com fiscal da SMFA, Defesa Civil, CCZ com apoio do chaveiro que fazem o ingresso forçado em imóveis abandonadas ou onde o responsável não permite a entrada do agente de endemias.

100f: Como evitar os focos de criadouro com essa previsão de chuvas na cidade?

CCZ: As pessoas devem criar o hábito de vistoriar sua casa semanalmente, evitando ter objetos que possam acumular água e sempre vedar ou tratar adequadamente os reservatórios de água (caixa d’água, cisternas), que podem servir de criadouro para o mosquito. Conversar com seus vizinhos para que eles façam o mesmo e denunciar situações de descasos em relação a dengue pelos canais oficiais da prefeitura: a Ouvidoria Geral pelo telefone 0800 045 0156, ou o aplicativo de smartphone 156FOZ.

100f: Que dicas tem para passar à comunidade quanto ao alerta a esse momento de chuvas diárias, onde muitas vezes as pessoas não se atentam à água parada no quintal de casa?

CCZ: O Combate à dengue é um dever de todos e deve ser diário e coletivo. Os cuidados devem acontecer tanto em nossas casas, em nosso trabalho, nas ruas; tem que ser um hábito individual e coletivo, não podemos e nem devemos culpar a chuva, pois a água só vai acumular se tiver local para isso, juntos podemos combater esse mosquito e evitar as doenças por ele transmitidas.

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