Hoje é um daqueles dias em que a celebração e a história se encontram. É o 25 de maio, Dia da Pátria na Argentina. Vamos nos aprofundar nessa data magnífica e descobrir por que é tão importante para todos os argentinos.

O 25 de maio não é apenas mais um feriado no calendário argentino. Ele marca um marco crucial, o ponto de partida da Revolução de Maio de 1810, que levou à formação do primeiro governo patriótico da história do país. Nesta semana, entre 18 e 25 de maio de 1810, Buenos Aires foi palco de uma série de eventos políticos que se transformaram a base da nação argentina.

Qual a história de 25 de maio?

Para entender a importância deste dia, temos que voltar no tempo para o antigo Vice-Reinado do Rio da Prata, uma administração colonial da Espanha cuja capital era Buenos Aires. Quando notícias da ocupação total da Espanha pela França chegaram, os cidadãos de Buenos Aires iniciaram um período de agitação e debate intenso.

Patriotas proeminentes, incluindo figuras como Manuel Belgrano, Cornelio Saavedra e Juan José Castelli, foram os principais catalisadores desse movimento revolucionário. Eles desafiaram a autoridade do vice-rei Cisneros e pressionaram pela formação de um governo autônomo, um sinal claro de que o povo argentino estava pronto para tomar as rédeas do seu destino.

Foi a 25 de maio de 1810 que o vice-rei Cisneros renunciou e foi anunciada a formação da Primeira Junta de Governo, o primeiro passo na longa caminhada em direção à independência. A partir daí, um grupo de patriotas tentou consolidar seu poder e enfrentar a contrarrevolução montada pelos “realistas” que defendiam o rei da Espanha.

Linha do tempo

19 de maio – Os patriotas, liderados por Manuel Belgrano, Cornelio Saavedra e Juan José Castelli pedem ao Cabildo de Buenos Aires que apoie o pedido ao Vice-rei para a convocação de um Cabildo Aberto. Se não fizerem “o povo o fará por si só ou morrerá na tentativa”.

20 de maio – Sem o apoio dos militares que respondiam a Saavedra e apostando sua última carta que os “vizinhos sensatos” da cidade o manteriam no cargo, Cisneros aceita chamar a um Cabildo aberto e faz emitir a convocatória.

21 de maio – O Cabildo iniciou seus trabalhos de rotina, que foram interrompidos por homens armados agrupados sob o nome de “Legião Infernal”, que ocuparam a Praça da Vitória, hoje Praça de Maio, para exigir que se convocasse um cabildo aberto e se destituísse o vice-rei Cisneros.

22 de maio – O poder da palavra e os oradores da revolução: dos 450 convidados para o Cabildo Aberto, apenas cerca de 250 participaram. Domingo French e Antonio Beruti, comandando 600 homens armados, controlaram o acesso à Praça, com o objetivo de garantir que o Cabildo Aberto fosse tomado pelos crioulos. Castelli, o orador da revolução.

23 de maio – Após o Cabildo Aberto, foram colocados avisos em diversos pontos da cidade informando sobre a criação da Junta e a convocação de deputados das províncias.

24 de maio – O Cabildo formou a Junta que deveria se manter até a chegada dos deputados do resto do Vice-reinado. Ao saber da presença de Cisneros, cresceu o descontentamento popular. Castelli e Saavedra se apresentam ao Vice-rei e este apresenta verbalmente sua renúncia.

25 de maio – Durante a manhã, uma multidão começou a se reunir na Praça da Vitória, liderada pelos milicianos de French e Beruti. Reclamava-se a anulação da resolução do dia anterior, a renúncia definitiva do vice-rei Cisneros e a formação de outra Junta de Governo.

A formação da Primeira Junta de Governo é um dos momentos mais significativos da história da Argentina. Essa junta foi presidida por Cornelio Saavedra e incluía outros líderes influentes como Mariano Moreno e Juan José Paso, como secretários, além de Manuel Belgrano, Padre Manuel Alberti, Juan José Castelli, Miguel de Azcuénaga, Domingo Matheu e Juan Larrea, como membros vocais.

Embora o caminho para a independência total não fosse imediato – de fato, a independência só seria declarada seis anos depois, em 9 de julho de 1816 – esse período representou o início do processo de surgimento do Estado Argentino.

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Hoje, se comemora o Dia da Pátria em memória desses eventos revolucionários. Não importa onde estejamos no mundo, é um dia para celebrar a identidade argentina e lembrar os ideais da Revolução de Maio. Como disse José de San Martín, “Quando a pátria está em perigo, tudo está permitido, exceto não defendê-la”.

Neste 25 de maio, vamos relembrar o passado, honrar aqueles que lutaram pela liberdade e celebrar a força e a resiliência da Argentina. Feliz Dia da Pátria a todos os argentinos! E, como sempre, “Viva a Argentina!”